12 de setembro de 2012

Lembranças


"O tempo, infinito tempo, em que te abracei. O tempo das memórias. O tempo da tua voz. O tempo, inacessível tempo, dos nossos beijos. Inatingível tempo do Nós. O tempo das memórias fingidamente esquecidas do futuro tempo sonhado. O tempo das lágrimas, queridas lágrimas. O tempo da incerteza. O tempo do carinho. O tempo do nada e da tristeza, na tua ausência. Este tempo em que te digo: - Fala-me, não pares de falar. Ouvindo-te tenho a certeza de que sou real, e de que também tu és, fora de mim, real."

Manuel António Pina


Bocas OnLine

2 comentários:

Anónimo disse...

"Sentir falta de ti por tu não estares
talvez por não saber se tu existes
(percorrendo em silêncio esses altares
em sacríficios pagãos de olhos tristes).
Ausência, sim. Amor visto por dentro,
certezas ao contrário, por estar só.
Pesadelo no meu sonho noite adentro
quando, ao meu lado, dorme o que não sou.
E, afinal, depois o que ficou
das noites perdidas à procura
de um resto de virtude que passou
por nós em co(r)pos de loucura?
Apenas mais um corpo que marcou
a esperança disfarçada de aventura..."

Seraphyta disse...

Anónimo,

http://www.youtube.com/watch?v=-DiZ78uB4s0