21 de agosto de 2012

Não Demores A Chamar-Me


Quando acordo devolvo a mente ao corpo descansado, exaurido de todo o mal, de todo o perigo, mas nem sempre passo os dias sossegado. O coração pressente tua continua ausência, este mal-estar que tem a ver com as sucessivas tentativas de ser feliz e nunca conseguir. Passei a vida nisto.
É provável que fale de ti para descobrir onde é que ainda gosto de mim. No fundo, tu não existes, ou já não existes dentro de mim, fazes parte do meu falhanço. Surge o risco de enlouquecer sozinho. Mas, se me estiveres a ouvir, ajuda-me a caminhar na tua direcção. Não me dês espelhos, não me enganes mais, não demores a chamar-me.

Al Berto

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20 de agosto de 2012

E Não Sei Quase Mais Nada...

A minha maneira de amar-te é simples:
aperto-te a mim
como se tivesse um pouco de justiça no coração
e ta pudesse dar com o corpo

Quando te revolvo os cabelos
algo de lindo nasce das minhas mãos

E não sei quase mais nada. Aspiro apenas
a estar contigo em paz e a estar em paz
com um dever desconhecido
que às vezes me pesa também no coração

António Gamoneda


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19 de agosto de 2012

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Domingo...


Não sei o que te diga. E se soubesse
a quem o diria? Já não sei inventar os domingos.
Pode-se inventar tudo menos os domingos.

Rosa Alice Branco

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18 de agosto de 2012

Suspiro Solar


Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar.

António Ramos Rosa

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Let'S Dance Little Stranger




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17 de agosto de 2012

Maresia

[...] Se eu fosse uma gaivota, dançaria
na proa dos veleiros
até à hipnose
de abraçar a maresia [...]

Graça Pires

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Space




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15 de agosto de 2012

BuonaNotte



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Olhos Abertos


Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos.
E conhecem o abismo pedra a pedra,
anémona a anémona.
Flor a flor.....

Sophia De Mello Breyner


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12 de agosto de 2012

Fake




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Podes Vir Ver-Me Quando Quiseres...Sabes Onde Estou.

No primeiro dia que saí contigo
disseste que o teu trabalho era estranho.
Mais nada. Todavia, eu sentia
a pele a rasgar-se como trapos
de cada vez que me tocavas com a mão.
E os teus olhos pareciam-me punhais
a fazer-me doer os meus.
Daí para a frente foi sempre a mesma coisa:
tu orgulhavas-te da tua arte,
mais subtil e directo em cada dia
e eu nunca percebia nada.
Mas agora sei. Já conheço o teu ofício:
Atirador de facas. A mais certeira
atiraste-ma ao coração.

Todos precisamos que nos amem.
Porém, alguns infelizes,
não sabemos viver para outra coisa.

Há meses que vivo rodeada
por uma substância negra e pegajosa
que invadiu a minha casa. As paredes,
o chão, as janelas e os móveis,
a comida, os livros e a roupa,
o teclado do computador, as plantas,
o telefone… Está tudo impregnado
com esta pez escura, a mesma que respiro
e que me mata pouco a pouco.
Dizem que os venturosos e os néscios
chamam melancolia a esta porcaria
que apodrece o coração e asfixia a alma.

Podes vir ver-me quando quiseres,
sabes onde estou. Meus companheiros
são muitos, mas eu sinto-me só.
Há um inválido que nunca se pôde
atirar à piscina milagrosa.
Há um pobre leproso com o corpo
numa enorme chaga sempre aberta.
Há um que tem peste. E um tuberculoso.
E um outro com febres. E outro ainda
que nunca pôde curar os olhos cegos com fel.
E eu, mais incurável que todos
depois que me arrancaste o coração
e o puseste à venda na feira.

Amália Bautista


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10 de agosto de 2012

Run Away



Faltaste-me tu para correr pelas ruas...

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9 de agosto de 2012

Fuck Moralists


So I'll cash my cheques and place my bets
And hope I'll always win
Even if I don't, I'm fucked because
I live a life of sin
But it's alright
I don't give a damn
I don't play your rules I make my own

Tonight
I'll do what I want
Cuz I can

You know I'm rare
You stop and stare
You think I care
I don't
You talk real loud
But you ain't saying nothing cool

My life's a fantasy
That you're not smart enough to even dream
My ice is making me freeze
You can try and try you can´t beat ME !

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Tie Me Up



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8 de agosto de 2012

A Púrpura Dos Dias

[...] ao longe a púrpura dos dias,
do ar respirado, da vida
que não pára de bater
em cada grão de terra
nas tuas mãos, o meu
coração de lã e o frio
que não mais te tocará
por ser possível ser feliz.

Vasco Gato

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1 de agosto de 2012

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Ups...

tenho um verbo inacabado que me atravessa : um horizonte ardendo pelas arestas de um cabelo novo [: sou] uma floração incendiada
: tudo é possível

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