29 de novembro de 2012

Lullabies


O vento é um pedaço de oxigénio disfarçado de fantasma, que vagueia a assobiar uma canção que nunca passa de moda.

Alejandra Pizarnik

Bocas OnLine

28 de novembro de 2012

Um Segredo E Uma Boa Noite

Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar

Maria Teresa Horta

Bocas OnLine

O Amor É Um Lugar Estranho

"Promete que nunca me guardarás numa gaveta. Quer tenha ou não chave..."

Pedro Paixão [A Rapariga Errada]

Bocas OnLine

Your Heart Stays Cool



Bocas OnLine

Lilac Wine


Good Morning...!

Bocas OnLine

27 de novembro de 2012

Follow The Map



Bocas OnLine

Love


Bocas OnLine

Someone Out Of Town



"caminho com os braços levantados, e com a ponta dos dedos acendo o firmamento da alma.
espero que o vento passe... escuro, lento. então, entrarei nele, cintilante, leve... e desapareço."

Al Berto

Bocas OnLine

25 de novembro de 2012

I'M Still Here


And the moments that i enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime
 
Bocas OnLine

Fechada A Sete Chaves


Mãe, eu quero ir-me embora — a vida não é nada
daquilo que disseste quando os meus seios começaram
a crescer. O amor foi tão parco, a solidão tão grande,
murcharam tão depressa as rosas que me deram —
se é que me deram flores, já não tenho a certeza, mas tu
deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer.

Mãe, eu quero ir-me embora — os meus sonhos estão
cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos,
só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais
que a escuridão por cima. Ainda por cima, matei todos
os sonhos que tiveste para mim — tenho a casa vazia,
deitei-me com mais homens do que aqueles que amei
e o que amei de verdade nunca acordou comigo.

Mãe, eu quero ir-me embora — nenhum sorriso abre
caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca.
Tu sabes que não gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez
não chames pelo meu nome, não me peças que fique —
as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me
embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue
de uma ferida que se foi encostando ao meu peito
como uma cama se afeiçoa a um corpo que vai vendo crescer.

Mãe, eu vou-me embora — esperei a vida inteira por quem
nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta
hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem.
Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas
essa voz, tu sabes, não é a tua — a última canção sobre
o meu corpo já foi há muito tempo e desde então os dias
foram sempre tão compridos, e o amor tão parco, e a solidão
tão grande, e as rosas que disseste que um dia chegariam
virão já amanhã, mas desta vez, tu sabes, não as verei murchar.

Maria Do Rosário Pedreira

Bocas OnLine

A Noite Parece Um Grito De Lobo...



Bocas OnLine

20 de novembro de 2012

Descer Aos Infernos


Se for preciso, irei buscar um sol
para falar de nós:
ao ponto mais longínquo
do verso mais remoto que te fiz
Devagar, meu amor, se for preciso,
cobrirei este chão
de estrelas mais brilhantes
que a mais constelação,
para que as mãos depois sejam tão
brandas
como as desta tarde
Na memória mais funda guardarei
em pequenas gavetas
palavras e olhares, se for preciso:
tão minúsculos centros
de cheiros e sabores
Só não trarei o resto
da ternura em resto esta tarde,
que nem nos foi preciso:
no fundo do amor, tenho-a comigo.
quando a quiseres.

Ana Luísa Amaral

Bocas OnLine

Dawn



Bocas OnLine

15 de novembro de 2012

Where Time Goes


O teu corpo transpira o meu ópio.
Não te afastes.

Vasco Gato

Bocas OnLine

10 de novembro de 2012

Solo



Bocas OnLine

Podes Deitar-Te Na Minha Cama E Contar-Me Mentiras

Hoje podes deitar-te na minha cama
e contar-me mentiras - dizer, não sei,
que o amor tem a forma da minha mão
ou que os meus beijos são perguntas que
não queres que ninguém te faça senão

eu; que as flores bordadas na dobra do
meu lençol são de jardins perfeitos que
antes só existiam nos teus sonhos; e que
na curva dos meus braços as horas são
mais pequenas do que uma voz que no

escuro se apagasse. Hoje podes rasgar
cidades no mapa do meu corpo e
inventar que descobriste um continente
novo - uma pátria solar onde gostavas
de morrer e ter nascido. Eu não me

importo com nada do que me digas esta
noite: amo-te, e amar-te é reconhecer o
pólen excessivo das corolas, o seu vermelho
impossível. Mas amanhã, antes de partires,

não digas nada, não me beijes nas costas
do meu sono. Leva-me contigo para sempre
ou deixa-me dormir - eu não quero ser
apenas um nome deitado entre outros nomes.

Maria Do Rosário Pedreira

Bocas OnLine

4 de novembro de 2012

Tapa-Me


You'Re My PlayGround Love

Yet my hands are shaking
I feel my body reeling
Time's no matter i'm on fire
On the playground love

Bocas OnLine

Let Go



Bridges made of sand
Are the ones in your hand

Bocas OnLine

3 de novembro de 2012

Se Me Abraçares, Não Partas


Vem ver-me antes que eu morra de amor — o sangue
arrefece dentro do meu corpo e as rosas desbotam
nas minhas mãos. Da minha cama ouço a tempestade
nos continentes; e já quis partir, deixar que o vento
levasse a minha mala por aí; fiz planos de correr mundo
para te esquecer — mas nunca abria a porta.

Vem ver-me enquanto não morro, mas vem de noite —
a luz sublinha a agonia de um rosto e quero que me recordes
como eu podia ter sido. Da minha cama vejo o sol
tatuar as costas do meu país; e já sonhei que o perseguia,
que desenhava o teu nome no veludo da areia e sentia
a vida pulsar nessa palavra como um músculo tenso
escondido sob a pele — mas depois acordava e não ia.

Vem ver-me antes que morra, mas vem depressa —
os livros resvalam-me do colo e o bolor avança
sobre a roupa. Da minha cama sinto o perfume das
folhas tombadas nos caminhos, O outono chegou. E o quarto
ficou tão frio de repente. E tu sem vires. Agora
quero deitar-me no tapete de musgo do jardim e ouvir
bater o coração da terra no meu peito. Os vermes
alimentam-se dos sonhos de quem morre. E tu não vens.

Maria Do Rosário Pedreira

Bocas OnLine

Estás Dentro Dos Meus Olhos



Bocas OnLine

Awakening


A lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres...


Bocas OnLine

2 de novembro de 2012

Boa Noite [Mundo]


I sleep no more
I dream no more
There's nothing here
To wake up for

Bocas OnLine

_______



Bocas OnLine

Hoje...


Hoje vou levantar-me e vou estar contente...
Vou andar por mim dentro em visita...
Vou penetrar-me, a mim própria ter-me, ter-me...
Vou a mim própria ser-me, vou respirar-me, rir-me,
Vou-me a mim própria abrir-me, a mim própria despir-me,
a mim própria dançar-me,...com meu amor afogar-me, com minha angústia ferir-me, com meu sono
dormir-me, com meus sonhos minha esperança erguer-me,
com minha loucura endoidecer-me,...
Vou gritar por ti...
até que tu me oiças e possas chamar-me pelo meu nome!

Ana Hatherly

Bocas OnLine