25 de setembro de 2012

Vamos Abolir Com Um Simples Gesto O Tic-Tac Do Relógio Do Tempo




Bocas OnLine

6 comentários:

Anónimo disse...

"Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas
Seja eu de novo a tua sombra, teu desejo,
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trémula, raiz exposta
Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu sono"

Seraphyta disse...

Anónimo,

Perfeição. Dino Saluzzi e Mia Couto :)

Fiquei sem palavras.
[Por segundos, lembraste-me alguém]



"Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue

[...]

Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via

[...]

[Pergunta-me]

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer"

:)

Anónimo disse...

Pergunto:

"- Consegues imaginar o céu sem o azul?
É assim que me faltas... "

Seraphyta disse...

Anónimo,

:)

Respondo:

"Promete-me que amanhã virá a lua e que,
na imensidão da noite iluminada,
cantaremos o mar um para o outro.

Promete-me que no fim terei existido"

Anónimo disse...


"Nada garante que tu existes
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas "

Seraphyta disse...

Anónimo[a]

Nada garante que eu exista.
Não sei se existo. Se sim, ainda acredito em algo. Nos outros nunca e duvido de mim.
Poderei fazer parte de uma alucinação. Da imaginação de alguém.