11 de setembro de 2012

In Exile

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill


Bocas OnLine

4 comentários:

R disse...

Imagem de fragilidade absoluta e palavras convergentes de O'Neill.
Neste espaço, provas como a Melancolia tem imensos traços de beleza pura.

Seraphyta disse...

Eros,

Fragilidade, muita.
Melancolia,sempre.
E a lucidez é uma constante que me acompanha sempre.

Obrigada pelo comentário ;)

Anónimo disse...

"toca-me os olhos
devagar
até que o frio me
aqueça"

Seraphyta disse...

[sorriso]

Humm...gostei! :)