17 de dezembro de 2012

Bailarina Fui...Mas Nunca Dancei


Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei

Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado

Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei

Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado

Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei

Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também direi:

"Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida."

Sophia De Mello Breyner

Bocas OnLine

4 comentários:

R disse...

«E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…»

Beijo terno em Ti

Seraphyta disse...

Gostei!! :)

"Trago dálias vermelhas no regaço...

São os dedos do sol quando te abraço,

Cravados no teu peito como lanças"


Beijo em Ti

Anónimo disse...

"Iremos dançar muitas vezes. Logo na primeira noite, como prelúdio - I promise. Que saudades das tuas meias pretas! E dos teus olhos! E do teu longo longo pescoço! E dos teus ombros! E da tua carne branca. Apetece-me morder-te, varar-te, morder-te."

Seraphyta disse...

http://www.youtube.com/watch?v=KitcvxK9bzU