20 de novembro de 2012

Descer Aos Infernos


Se for preciso, irei buscar um sol
para falar de nós:
ao ponto mais longínquo
do verso mais remoto que te fiz
Devagar, meu amor, se for preciso,
cobrirei este chão
de estrelas mais brilhantes
que a mais constelação,
para que as mãos depois sejam tão
brandas
como as desta tarde
Na memória mais funda guardarei
em pequenas gavetas
palavras e olhares, se for preciso:
tão minúsculos centros
de cheiros e sabores
Só não trarei o resto
da ternura em resto esta tarde,
que nem nos foi preciso:
no fundo do amor, tenho-a comigo.
quando a quiseres.

Ana Luísa Amaral

Bocas OnLine

10 comentários:

R disse...

Desejo-te Luz... muita Luz!

Beijinho

Anónimo disse...

"Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele.
E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram
aves de verão e a tua boca deixou um rasto de
canções."

Seraphyta disse...

Eros,

Obrigada :)

Todos precisamos de Luz...e um Voz que nos sussurre que ainda é possível...

Beijos

Seraphyta disse...

Anónimo,

""...Fecha os olhos

agora e sossega a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei ao caminho. Por isso, dorme..."

Anónimo disse...

"Hoje aviso-te
que ficarei para sempre
arquejando no teu corpo,
na orla infinita da tua mão,
no teu ombro, que é uma espada.
Na tua língua, que é a minha.
Só o teu coração saberá
se é
promessa ou ameaça,
mas ficarei para sempre
e basta."

Seraphyta disse...

Anónimo,

Não é uma promessa...nem ameaça. Apenas poemas partilhados.

"...Nua, inquieta.
Clandestina.
A tua boca no meu peito. Os beijos.
Demorados. E todos os silêncios.
As ruas que eu abri no teu olhar.
Começam nos meus dedos.
Vem..."

Anónimo disse...

Que pena (que não seja uma ameaça) :-)


"Devias estar aqui rente aos meus lábios para dividir contigo esta amargura dos meus dias partidos um a um.

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum."

Seraphyta disse...

Anónimo,

Foste uma ameaça. :)
Mas, podes sempre ser uma promessa, se quiseres ;)

Anónimo disse...

"Pergunto-me desde quando
deixou de haver futuro
nas janelas.
Janeiro dói nos olhos
como areia
e tu e eu estamos para sempre
sentados às escuras
no Verão."

Seraphyta disse...

Anónimo,

"...Se existe uma chave,
se existe uma chave que não derreta na boca,
se existe uma boca capaz de se abrir para outra boca,
então eu amo, eu beijo, eu deixo de esperar..."