6 de junho de 2011

Ainda Espero...


Ainda espero o amor
como no ringue o lutador caído
espera a sala vazia

Primeiro vive-se e não se pensa em nada
não me digam a mim
com o tempo apenas se consegue
chegar aos degraus da frente:
é difícil
é cada vez mais difícil entrar em casa

Não discuto o que fizeram de nós estes anos
a verdade é de outra importância
mas hoje anuncio que me despeço
à procura de um país de árvores

E ainda se me deixo ficar
um pouco além do razoável

não ouvem? O amor é um cordeiro que grita abraçado à minha canção.

José Tolentino Mendonça

Bocas OnLine

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