"esperamos que se ilumine o lado certo da noite é quando se esgotam as palavras e os silêncios e a minha mão procura a tua que a recebe e a noite se unifica e todos os rios secam menos um por onde navegamos para abolir a noite."
"eu vi aproximares-te de mim arrastando uma longa cauda de fogo frio e as tuas mãos a trespassarem sem dor o meu corpo desabitado e dócil os meus pensamentos desenhados pela mão esquerda de uma criança a minha alma que teimosamente busca ainda na lama as pérolas puras"
"...Vem então buscar-me - eu já não tenho mais nenhum espelho contigo dentro e a saudade pôs o frio à minha porta. Sem o teu corpo, de que me vale a roupa? Se já não podes escutar-me, de que me serve escrever? Pedi-te tanto que guardasses os meus versos do pó que o vento espalhasse pela casa quando eu partisse e que dissesses ao mundo inteiro que tudo o que escrevi foi, afinal, uma longa carta a pedir
que me amasses. Mas tu nunca me amaste e eu devia sabê-lo: o coração que batia de noite desalmado nesse corpo-cansaço embriagou-me sempre com os perfumes mais ocultos da terra.
Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite..."
"Falei de ti com as palavras mais limpas Viajei, sem que soubesses, no teu interior. Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres, tropeçavas em mim e eu era uma sombra ali posta para não reparares em mim.
Andei pelas praças anunciando o teu nome, chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada. Em tudo o mais usei da parcimónia a que me forçava aquele ardor exclusivo.
Hoje os versos são para entenderes. Reparto contigo um óleo inesgotável que trouxe escondido aceso na minha lâmpada brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias."
"Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto é por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!"
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram.
Eu. Tu. Nós. Uma tarde. Uma Estação. O meu coração de Papoila que explodia. Um entardecer. Um céu com pinceladas de azul-indigo. Palavras. Livros. Filmes. Espanto. Paixão. Dor. Lágrimas...Silêncio.
E, sim, sou uma Rapariga Errada. [Como aquela do livro do Paixão]
13 comentários:
"quando de noite as minhas mãos são o teu unico vestido"
Anónimo,
Obrigada pelo comentário. ;)
Que delícia!!
Até Air mencionas aqui... adoro esta forma eclética!
Beijos
Eros,
[sorrisos]...Gostei do comentário :)
Ah...e não posso esquecer-me do "eclética". Gostei ;)
Beijos
"esperamos que se ilumine o lado certo da noite
é quando se esgotam as palavras e os silêncios
e a minha mão procura a tua que a recebe
e a noite se unifica e todos os rios secam
menos um por onde navegamos
para abolir a noite."
Anónimo,
"eu vi aproximares-te de mim arrastando uma longa cauda de
fogo frio
e as tuas mãos a trespassarem sem dor o meu corpo desabitado e
dócil
os meus pensamentos desenhados pela mão esquerda de uma
criança
a minha alma que teimosamente busca ainda na lama as pérolas puras"
"No caminho dos meus olhares
Rastro do mar que me pranteia
Será que sabes que me afogo
Em águas de saudade?"
Anónimo,
"...Vem então buscar-me - eu já não tenho mais nenhum espelho contigo dentro e a saudade pôs o frio à minha porta.
Sem o teu corpo, de que me vale a roupa? Se já não podes escutar-me, de que me serve escrever? Pedi-te tanto que guardasses os meus versos do pó que o vento espalhasse pela casa quando eu partisse e que dissesses ao mundo inteiro que tudo o que escrevi foi, afinal, uma longa carta a pedir
que me amasses. Mas tu nunca me amaste e eu devia sabê-lo:
o coração que batia de noite desalmado nesse corpo-cansaço
embriagou-me sempre com os perfumes mais ocultos da terra.
Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite..."
"Falei de ti com as palavras mais limpas
Viajei, sem que soubesses, no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.
Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.
Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias."
Anónimo,
"...No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria..."
"Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto é por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!"
Anónimo,
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram.
Anónimo,
Eu. Tu. Nós. Uma tarde. Uma Estação.
O meu coração de Papoila que explodia.
Um entardecer. Um céu com pinceladas de azul-indigo.
Palavras. Livros. Filmes. Espanto. Paixão. Dor. Lágrimas...Silêncio.
E, sim, sou uma Rapariga Errada. [Como aquela do livro do Paixão]
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